sábado, 27 de setembro de 2008

Convivência diária


“Nada menos feliz neste mundo que a figura do ermitão, do isolamento, do solitário. A experiência nos diz que a felicidade ou se compartilha ou se perde, porque nenhum ser humano consegue ser feliz sozinho. Isso implica na convivência, a difícil arte da boa convivência. Acontece que, em geral, cada um espera, senão tudo, pelo menos noventa por cento dos demais, parecendo-lhe ainda muito esses dez por cento que põe de sua parte. Não é de hoje que o ser humano busca o segredo de um relacionamento feliz. Em sua maioria, as pessoas não sabem por que a felicidade lhes escapa das mãos e, quando menos esperam, acontecem os afastamentos. A solução, no entanto, pode estar bem próxima delas mesmas, e, quando a encontram, "a vida pouco a pouco se transforma". A boa convivência depende de "uma série de coisas e de fatos que se entrelaça,", como se fosse um suéter que se desmancha se esquecemos a causa que deu origem ao sentimento. Em todos os momentos cruciais da história humana, sempre aconteceu que o homem não consegue encontrar a si mesmo, e, muito menos, completar sua vida com aquilo que lhe falta. Daí que se tenha chamado o ser humano de ente imperfeito, pois requer aperfeiçoar-se, isto é, chegar a completar-se, pois não é senão um fragmento de uma figura que é necessário terminar.”

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