domingo, 13 de dezembro de 2009

Jesus

Acordei nesse primeiro dia de Dezembro com vontade de comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o Mestre dos Mestres, e no dia 25 o aniversário é Dele.

Sai cedo de casa e fui ao maior shopping-center da cidade,
pensei primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco mais branco da Terra ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e desisti.

Em outra vitrine vi um sapato de couro, lindo e caríssimo,
mas quando lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse seus pés.

Uma caneta, foi isso que a próxima vitrine me apresentou,
uma linda caneta de marca famosa, seria um lindo presente,
mas lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática, servindo e amando sempre.

Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha
sequer um travesseiro para recostar sua cabeça,
e pensei no melhor travesseiro de plumas
de uma loja especializada em sono,
era importado e muito confortável,
mas lembrei-me que os justos dormiam tranqüilos
e que Ele jamais usaria o travesseiro.

E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro,
malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas,
tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo iria corroer.
Confesso que sai um pouco chateado do Shopping,
afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus,
e não havia achado nada.

Na porta do Shopping um menino muito miudinho
sorriu para mim, perguntou meu nome e eu o dele,
ele riu e me estendeu a mão, tinha o rosto muito sujo,
as mãos encardidas, perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros, sobre o pai, nem sabia onde estava...
perguntei se ele queria tomar um lanche,
ele sorriu um sim, pegou na minha mão.

Na porta do Shopping olhou para suas roupas e olhou para mim, sabia que não estava corretamente vestido,
peguei-o no meu colo, era a senha para ser feliz,
seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes,
enfeites e pessoas bonitas
como se fosse um filme de Walt Disney...

Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória
e sorriu como "reizinho", e entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes como dois velhos amigos.

Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol,
coisas importantes para o ser humano,
principalmente quando somos crianças.
Devoramos dois lanches, e quando perguntei
se ele queria um sorvete gigante como sobremesa,
seus olhos brilharam feito o sol, pedi um instante,
fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão
ele já não estava ali...
Por instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro,
ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo.

Foi quando sobre a caixa de batatas vazias vi um papelzinho,
um bilhetinho escrito com letra miúda que dizia assim:

"Obrigado pelo melhor presente de aniversário que poderia me dar: Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo! "

assinado,
Jesus

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