sábado, 17 de maio de 2008

Afinidade (Arthur da Távola)


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente... Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retorna a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido... Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o natural. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial...
Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade... Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento... Afinidade é sentir com, nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o seu amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios...
Sentir como é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar.
Apenas afirmar... Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com o masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar... Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas...
Afinidade é retornar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, querida Anis!
Interessante o texto.Me levou a concluir que AFINIDADE é essência, é magia, quase uma religião... uma das grandes formas do AMOR se manifestar.
Obrigada pela mensagem aqui postada e pelas visitas carinhosas que você me faz.Você é uma das pessoas que tem me incentivado. Acredite!
Grande abraço.
Irene.

Débora Ribeiro disse...

Olá miga...concordo com minha miguinha Irene, que escreve que afinidade é umas das grandes formas de amor se manifestar...
Bjks e muito obrigado pela visitinha!!! Tenha um ótimo domingo!! bjinhuuuus!

Anônimo disse...

Olá querida Anis, estou passando por aqui também para te desejar uma excelente semana!
Mentalmente pode ter certeza de que estou SEMPRE desejando tudo de melhor a todos vocês... sempre!!!
Obrigada pelo carinho e fique com Deus!